Gilberto Gil e família acusam padre de incitação ao racismo em processo aberto após religioso debochar de orações para Preta Gil

  • 15/10/2025
(Foto: Reprodução)
Padre que debochou de orações de Gilberto Gil para Preta pode ser proibido de rezar missas Ale Frata/Código19 via Estadão Conteúdo/Reprodução/Diocese de Campina Grande O cantor Gilberto Gil e a família acusam o padre paraibano, Danilo César, de incitar o racismo com falas que debocharam de orações pela saúde de Preta Gil. A artista morreu em julho, vítima de câncer. O processo contra o pároco e a Mitra Diocesana de Campina Grande foi protocolado nesta terça-feira (14), na Justiça do Rio de Janeiro. O músico baiano pede uma indenização de R$ 370 mil por danos morais. No documento, ao qual o g1 teve acesso, os advogados de Gil argumentam que o Superior Tribunal Federal (STF) entende que as liberdades públicas não são incondicionais e que não consagram o "direito à incitação ao racismo". Além disso, pontuam que qualquer incitação ao ódio público contra uma pessoa, povo ou grupo social não se enquadra nos limites legais da liberdade de expressão. 📲 Clique aqui e entre no grupo do WhatsApp do g1 Bahia Para corroborar a argumentação, o documento apresenta capturas de tela de publicações nas redes sociais, nas quais outras pessoas já alertavam que o padre possuía uma "conduta intolerante". "O exercício da fé católica – ou de qualquer outra religião ou liberdade de expressão – não pode justificar uma liberação total e absoluta para ironizar e desrespeitar outros credos, sob pena de se esvaziar o próprio conceito da liberdade religiosa", aponta. Ação argumenta que atitude do padre atingiu toda a família de Preta Gil Padre de Areial (PB) é denunciado por intolerância religiosa após fala sobre Preta Gil Ainda no documento, a ação promovida pela família Gil argumenta que a declaração do sacerdote ofendeu todos os parentes de Preta Gil, além de causar dano à honra e à memória da artista. LEIA TAMBÉM: Entenda o que é racismo religioso, prática de intolerância contra cultos de matriz africana Lula sanciona lei que equipara o crime de injúria racial ao de racismo Relembre o caso Aniversário de Preta Gil Reprodução/Redes Sociais O pároco debochou da morte de Preta Gil após o pai da cantora afirmar ter feito uma oração aos orixás. A declaração do religioso aconteceu durante a homilia, que consiste em uma espécie de palestra feita pelo padre após a leitura da liturgia, em uma missa da Paróquia São José, em Areial, no interior da Bahia. A situação ocorreu no dia 27 de julho, quando o religioso criticou o fato de Gilberto Gil ter feito uma oração aos orixás, divindades centrais nas religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda. "Gilberto Gil fez uma oração aos orixás, cadê o poder desses orixás que não ressuscitaram Preta Gil?", debochou o padre, durante uma pregação que foi divulgada nas redes sociais. "Tem gente católico que pede a essas coisas ocultas. Eu só queria que o diabo viesse e levasse. O dia que ele levar e no outro que você já acordar lá, com o calor do inferno, você não sabe o que é que vai fazer", disse. Após a repercussão da fala do padre, Gilberto Gil chegou a notificar extrajudicialmente a Diocese de Campina Grande e o padre há cerca de um mês. Na época, o cantor exigiu uma retratação pública e formal por meio do canal da paróquia, onde a missa foi transmitida. Além disso, Gil exigiu a apuração e responsabilização eclesiástica do sacerdote, com a adoção de medidas disciplinares. Na notificação, o artista destacou o "enorme desrespeito" do padre que, em um momento de luto vivido pela família, maculou a memória e a honra de Preta. O artista também pontuou que a ação do religioso viola o direito à liberdade religiosa, o que configura crime previsto no Código Penal. Após 15 dias da notificação, não houve manifestação pública ou comunicado feito à família para retratação. Com isso, Gil decidiu formalizar o processo. O g1 também entrou em contato com a Diocese de Campina Grande e com a Paróquia São José para um posicionamento sobre o caso, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem. Padre pode ser proibido de rezar missas Caso seja condenado pelos crimes de intolerância e racismo religioso, o padre Danilo César pode ser proibido de rezar missas, entre outras coisas. Isso porque o crime foi cometido durante uma prática religiosa, como explicou o advogado Alan Pitombo, presidente da Comissão do Combate a Intolerância Religiosa da Ordem dos Advogados da Bahia (OAB-BA). Ele ressalta que o pároco pode ser autuado na Lei 7716/1989, conhecida como Lei Caó. A legislação pune discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. Essa lei foi atualizada em 2023, quando os crimes de racismo e injúria racial foram equiparados, tornando as penas mais rígidas. Na atualização, as redes sociais se tornaram um agravante. Assim, se os crimes forem cometidos nesse ambiente virtual, a pena pode chegar a cinco anos de reclusão. LEIA MAIS: Padre que debochou de orações de Gilberto Gil para Preta pode ser proibido de rezar missas Missa para celebrar remissão de câncer e retorno aos palcos: relembre momentos marcantes de Preta Gil na BA nos últimos anos Ivete Sangalo se emociona ao homenagear Preta Gil no Fortal: 'Pessoa com a maior coragem que eu já conheci na vida' Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻

FONTE: https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/2025/10/15/gilberto-gil-e-familia-acusam-padre-de-incitacao-ao-racismo-em-processo.ghtml


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